quinta-feira, 26 de maio de 2016

Torquemada






Iniciamos a viagem pela manhã de 22 de Março e zarpamos, via Montalegre, até à A52 que nos trouxe à Região de Castela. 
Desta vez, preferimos passar a noite em Torquemada, um pequeno município à margem da «autovia» que segue para Burgos. 
Como curiosidade histórica, temos que aqui nasceu, no ano de 1507, Catarina de Áustria, rainha de Portugal como esposa de D. João III.

As notícias deste dia foram de tragédia. Desta feita, o terror fez-se morte nos aeroportos e metropolitano de Bruxelas. Nem por acaso: a nossa viagem vai levar-nos à Bretanha francesa, seguindo-se a Bélgica, a Holanda e o Luxemburgo.
Apesar de alguma inquietação que nos invade a alma, seguiremos atentos às notícias para optarmos pelos percursos de menor congestionamento, se for o  caso.

O terrorismo é um dos maiores problemas com que se debate o mundo, sobretudo a Europa. E os acontecimentos dos últimos dias são filhos do radicalismo religioso, orientado por uma inusitada «guerra santa» do nosso século. Em nome de Alá … em nome de Deus!
Os que defendem a tese de que a história se repete, de tempos a tempos, parecem ter razão. Pois esta «jihad», que tem a força do radicalismo islâmico, assemelha-se às cruzadas da Idade Média perpetradas pelo catolicismo. Também aí se matava e torturava em nome do Deus dos cristãos.

Torquemada, não por acaso, é a localidade que, pelo nome, lembra o frade dominicano espanhol, Tomás de Torquemada que, em 1478, o papa Sixto IV nomeou inquisidor-mor de Castela. Apesar da sua origem judaica, este infame sujeito agiu com desmedida crueldade e fanatismo, sendo responsável pela perseguição, prisão, tortura e condenação de milhares de judeus e muçulmanos residentes na Espanha. Cronistas da época dão conta de que terá mandado para a fogueira milhares de denunciados.
Pelo horror perpetrado pela inquisição, sob o seu comando, Tomás de Torquemada seria considerado, pelos padrões actuais, um assassino em série e um genocida sádico e cruel. Por isso, este homem é, para muitos, uma das maiores bestas da inquisição e a personificação da intolerância religiosa. Ontem como hoje!

2 comentários:

  1. Nunca soube da existência de uma cidade com tal nome. Que triste ideia de homenagear essa tão cruel figura, que representa Torquemada! Seria o mesmo que uma cidade chamada Hitler, não acha?! Coitados dos moradores, que nada tem a ver com isso...
    Eu também estava na Espanha, quando do ataque terrorista à Bruxelas e havia acabado de passar por Ávila, a cidade onde morreu Torquemada. Sim, a história se repete... "a primeira vez, como tragédia e a segunda, como farsa."
    Parabéns pelo blog, que tem um conteúdo precioso!
    Abraços,
    Ana Christ

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  2. Olá Ana.
    Agradeço os simpáticos comentários ao blog. Vejo que é uma viajante feliz e adorei o seu blog «Nativos do mundo». Parabéns.
    Fiz uma pequena incursão pelas suas escritas e fiquei com vontade de passar muito tempo por lá.
    Viagens felizes e um abraço do Carlos da Gama

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