terça-feira, 17 de julho de 2012

Sanlúcar de Barrameda


 
Foto: Carlos da Gama



Uma bela surpresa esta instancia de veraneio da Andaluzia. 
Pela luz que emana e pela presença do Guadalquivir que ali se alarga até chegar ao Atlântico. 
Confesso que, há chegada, alguma perplexidade emergiu à vista de imensas grades nas portas e janelas das habitações, dando uma sensação de insegurança. Mas a estadia foi serena e valeu bem pelo sol e pelas paisagens de sonho que tivemos o ensejo de fruir.

A margem direita do Guadalquivir é enriquecida pelo Parque Nacional de Doñana, declarado Património da Humanidade pela UNESCO no ano de 1994
É um autentico tesouro, quer ao nível da fauna e da flora, quer, ainda, quanto às suas espécies autóctones e aos cerca de trinta quilómetros de praias selvagens que existem entre o Rio Guadalquivir e Matalascañas. Tal facto torna-o na área protegida mais importante de Espanha e numa das mais importantes da Europa.

Foto: Carlos da Gama
Pelo entardecer, a marginal de Sanlúcar de Barrameda fica ainda mais bela e a temperatura amena atrai para ali imensos jovens que se juntam em grupos de tertúlias até altas horas da noite. 
E foi bom sentir a brisa quente enquanto o sol se punha num horizonte avermelhado, prenúncio de continuação de bom tempo na fantástica Costa do Sol, da Província Autónoma de Andaluzia.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Marvão



Foto: Carlos da Gama



  Já passaram mais de vinte anos desde que pousei o pé, pela primeira vez, em Marvão, ainda na infância do cardume. 
Lembro bem o quanto aquele branco casario, pousado num promontório granítico e todo envolto por pujantes muralhas, me fascinou. 
Como hoje ainda me prende o olhar extasiado este povoado alentejano que, passados tantos anos, não ousou sair do conforto seguro dos muros em que se acolhe.

Ao chegar ali, dá vontade de estender o olhar pela planície após a visão do casario que se acumula nas ruas de Marvão. 
E repousar a alma nos silêncios inquietantes do crepúsculo vestido de roupagens de verão.
E sabe bem acordar ao som do chilreio da passarada que demanda aquelas paragens, criando no visitante uma saudade que o fará voltar a um dos locais mais belos deste meu Portugal.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

A península dos ingleses



Foto: Carlos da Gama



Acabo de chegar de um passeio a Gibraltar. 
Foi um périplo na “Micha” que me levou até Marvão, Badajoz, Sevilha, Ronda, Algeciras, Jerez de la Frontera, Sanlúcar de Barrameda, Isla Cristina, Castro Marim, Quarteira, Praia da Rocha e Fátima.
Já há longo tempo que pretendia visitar aquele “Rochedo”, inserido na Península Ibérica, que os ingleses dominam há cerca de 300 anos. 
O território foi cedido à Grã-Bretanha pela Espanha no Tratado de Utrecht celebrado em 1713, como parte do pagamento da Guerra da Sucessão Espanhola. No entanto, a Espanha mantém a reivindicação sobre aquela parcela, o que é totalmente rejeitado pela população gibraltina.
Gibraltar é uma pequena península localizada no sul da Península Ibérica, com uma superfície de 6.5 km², limitada a norte por uma estreita fronteira terrestre com Espanha e, dos outros lados, pelo Mar Mediterrâneo, Estreito de Gibraltar e Baía de Algeciras.

Foto: Carlos da Gama
Impressiona todo aquele aparato de arame farpado que serve de fronteira e a mais que sentida brusca alteração de mentalidade. 
O visitante sente bem que chegou à Inglaterra, quer pela presença da Royal Air Force (RAF), que faz questão de marcar a sua presença com ruidosos voos (várias vezes ao dia), quer pela atitude dos residentes, sua língua, arquitetura e estilo de vida. 
Ali não faltam os típicos autocarros de dois andares e as tão «british» cabines telefónicas.
Nos tempos de Franco, as fronteiras do “Rochedo” estiveram encerradas, dificultando a vida aos seus cerca de 30 mil habitantes. A passagem de pessoas e bens voltou a ser possível em 1985, pelo que são muitos os que demandam aquele pequeno mas interessante território.