sábado, 28 de março de 2015

Saudade






Saudade é um barco à vela
Surfando ventos banais
Vive a solidão duma viela
Sem nunca esquecer o cais!

Saudade é viagem sem destino
E um amanhecer cor de safira
Murmúrios breves de menino
Doce ternura que nunca expira!

Saudade é remanso de palavras
Relatos de tramas intemporais
São horas e tardes encantadas
Fascínio que fruirei jamais!

Saudade é mar a perder de vista
Furacão de mágoa e nostalgia
É o nunca mais ter a desdita
Do abraço com cheiro a maresia!

Saudade é uma estrada larga
Veredas de um silêncio triste
É pesar e dor pela retirada
Que nem eu, nem tu previste!
                                                                                                            Carlos da Gama (Março/ 2015)