Estamos, pela primeira vez, na Albufeira de
Alqueva, o maior lago artificial da Europa.
O dia está ensolarado e de clima tropical,
acompanhado de uma brisa que ajuda a suportar o calor deste final de verão.
Visitamos, há momentos, a nova Aldeia da Luz
que tanta tinta fez correr nos idos anos oitenta e noventa do século passado.
Construída de raiz para albergar os habitantes da povoação homónima, que ficou
submersa quando se fez a enchente da barragem, a nova aldeia é uma cópia quase
perfeita das ruas e ruelas e de todo o casario e equipamentos sociais
existentes na original.
A hora a que chegamos era de sesta pelo que
não almejamos vivalma pelas ruas e apenas um bar, pouco frequentado, nos serviu
um café de bom sabor.
A albufeira do Alqueva é um assombro.
A enorme
extensão de água, da cor do céu, dá uma beleza extraordinária a estas terras do
Guadiana.
Ao longe, avistam-se várias ilhotas desertas que emprestam à
albufeira um acrescido encanto.
Pernoitamos na ribeirinha aldeia de Pedrógão
do Alentejo, pertencente ao concelho da Vidigueira. Na Praça da República, onde
se situa a Igreja Matriz, concentram-se restaurantes, cafés e outros
equipamentos sociais.
Aí encontramos uma lápide com um poema do
poeta popular, Francisco Bentes, congratulando-se com os homens e mulheres que,
durante décadas, sonharam fixar o azul do céu na planície alentejana, para fazer
crescer as sementes de trigo nos vastos campos em redor.
De facto, junto a esta pacata freguesia foi
construída uma barragem, que se integra no empreendimento do Alqueva, com a finalidade
de estabilizar o caudal do rio Guadiana, bem como, produzir energia eléctrica e
abastecer de água de rega este belo Alentejo da cor do céu e com horizontes de
restolho dourado da terra quente.
As ilhas doiradas, que se
espelham na lonjura, parecem segredos esquecidos por entre águas de fantasia.
O sol quente, que se capricha por cá,
aconchega a vida numa espécie de ilusão de paraíso.
E apetece mergulhar nestas águas,
quase estagnadas, e embebedar-mo-nos desta paz tão próxima da maresia.
A noite cai e com ela o silêncio espalha-se
por todo o lado. Só um leve rumor se agita nos arbustos prateados pelo luar
deste belo recanto do meu país.
olá carlos da gama !
ResponderEliminarem casa , e com net ''à vontade '' estava na hora de espreitar o seu blog....
parabéns pelas fotos , desejamos que os vossos passeios decorram sem problemas .
um abraço
david+marilia