Carlos da Gama |
Tropecei nesta frase há uns bons anos. No momento, achei interessante, mas não
mais que isso. Pareceu-me até um pouco vulgar e melancólica. Hoje, sinto a essa realidade à
flor da pele. É, de facto, assim mesmo!
O nosso percurso de vida tem o lastro da
ternura que libertamos, das amizades que acolhemos, dos sorrisos que acarinhamos,
dos incautos de falas mansas e dos azedumes que sobram quando tudo é posto à
prova.
Ao longo da nossa vida, são
muitas as pessoas com quem lidamos. Num primeiro momento, vemo-las pelos olhos
da nossa alma.
Não nos passa pela cabeça que as emoções que nos despertam não
se concretizem por inteiro. Só mais tarde nos apercebemos de quão errados
estávamos e fazemos justiça à sabedoria popular que avisa: «quem vê caras, não
vê corações».
Desde muito cedo que um dos hobby
que alimento é olhar os rostos das pessoas que se cruzam comigo, para tentar perscrutar
a idiossincrasia da alma que carregam.
E um dos aspectos que sempre me
perturbou foi constatar que a maioria dos velhos apresentam um olhar
triste e distante e uma áurea de preocupação e sofrimento.
Talvez, porque, ao longo da vida,
somam desilusões que jamais julgaríam sofrer. Sobretudo, quando os «amigos» e,
muitas vezes, os próprios afectos, se apercebem de que já não servem os seus
intentos.
Acho que esta é uma das principais marcas do ser humano.
Infelizmente!
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