Iniciamos a viagem pela manhã de 22 de Março e zarpamos, via Montalegre, até à
A52 que nos trouxe à Região de Castela.
Desta vez, preferimos passar a noite em
Torquemada, um pequeno município à margem da «autovia» que segue para Burgos.
Como curiosidade histórica, temos que aqui
nasceu, no ano de 1507, Catarina de Áustria, rainha de Portugal como esposa de
D. João III.
As notícias deste dia foram de tragédia. Desta feita, o terror
fez-se morte nos aeroportos e metropolitano de Bruxelas. Nem por acaso: a nossa
viagem vai levar-nos à Bretanha francesa, seguindo-se a Bélgica, a Holanda e o
Luxemburgo.
Apesar de alguma inquietação que nos invade a alma, seguiremos
atentos às notícias para optarmos pelos percursos de menor congestionamento, se for o caso.
O terrorismo é um dos maiores problemas com que se debate o mundo,
sobretudo a Europa. E os acontecimentos dos últimos dias são filhos do
radicalismo religioso, orientado por uma inusitada «guerra santa» do nosso século. Em nome
de Alá … em nome de Deus!
Os que defendem a tese de que a história se repete, de tempos a
tempos, parecem ter razão. Pois esta «jihad», que tem a força do radicalismo
islâmico, assemelha-se às cruzadas da Idade Média perpetradas pelo catolicismo.
Também aí se matava e torturava em nome do Deus dos cristãos.
Torquemada, não por acaso, é a localidade que, pelo nome, lembra o
frade dominicano espanhol, Tomás de Torquemada que, em 1478, o papa Sixto IV nomeou
inquisidor-mor de Castela. Apesar da sua origem judaica, este infame sujeito agiu
com desmedida crueldade e fanatismo, sendo responsável pela perseguição,
prisão, tortura e condenação de milhares de judeus e muçulmanos residentes na
Espanha. Cronistas da época dão conta de que terá mandado para a fogueira milhares
de denunciados.
Pelo horror perpetrado pela inquisição, sob o seu comando, Tomás
de Torquemada seria considerado, pelos padrões actuais, um assassino em série e
um genocida sádico e cruel. Por isso, este homem é, para muitos, uma das maiores bestas da
inquisição e a personificação da intolerância religiosa. Ontem como hoje!
Nunca soube da existência de uma cidade com tal nome. Que triste ideia de homenagear essa tão cruel figura, que representa Torquemada! Seria o mesmo que uma cidade chamada Hitler, não acha?! Coitados dos moradores, que nada tem a ver com isso...
ResponderEliminarEu também estava na Espanha, quando do ataque terrorista à Bruxelas e havia acabado de passar por Ávila, a cidade onde morreu Torquemada. Sim, a história se repete... "a primeira vez, como tragédia e a segunda, como farsa."
Parabéns pelo blog, que tem um conteúdo precioso!
Abraços,
Ana Christ
Olá Ana.
ResponderEliminarAgradeço os simpáticos comentários ao blog. Vejo que é uma viajante feliz e adorei o seu blog «Nativos do mundo». Parabéns.
Fiz uma pequena incursão pelas suas escritas e fiquei com vontade de passar muito tempo por lá.
Viagens felizes e um abraço do Carlos da Gama