domingo, 2 de outubro de 2016

Alentejo borda-d’água

(Carvalhal)

Cá estamos, pela segunda vez, na Praia do Carvalhal, imponente abertura para o Atlântico, emparedada por possantes contrafortes graníticos, característicos da costa vicentina.
Aqui chegados, o mesmo deslumbre que nos invadiu na primeira vez. São belos os montes que rodeiam este refúgio, onde o nudismo se passeia com um à-vontade que impressiona. A praia é de areia macia e o oceano exibe-se de baixa maré.

Para trás ficou a costa algarvia. Albufeira, ainda apinhada de gente, suaviza o interesse de quem ama mais o sossego e os silêncios da voz do mar.
A Praia da Rocha convida a um percurso até ao Vau, por entre arribas, que desafiam o instável equilíbrio, e grutas da cor do ouro semeadas ao longo do imenso areal.
(Sagres)
Sagres, pelo contrário, é um promontório que nos convoca à meditação sobre os recuados tempos em que o nosso país se aventurou na conquista de territórios desconhecidos. 
Por ali permanecem vestígios da Escola Náutica que formou homens de têmpera que ousaram enfrentar o medo do desconhecido para levar, o mais longe possível, o nome de Portugal.

São cerca de 9.00 horas e o sol já se faz sentir com alguma intensidade. Os veraneantes, de fim de época, vão chegando aos poucos. Não se vêm crianças, pois, já estarão atarefadas pelo regresso às rotinas escolares. Daí que a praia do Carvalhal esteja mais solitária. 
                                                                                                                    (Carvalhal)
O marulhar das águas, lá ao fundo, denuncia um azul-turquesa que dá mais brilho a este Alentejo borda-d’água.
Subi o morro do lado direito para admirar a praia lá do alto. E amei. 
As águas parecem mais serenas e os poucos veraneantes passeiam-se na admiração do mar.
Ao contemplar a paisagem bucólica, por entre um silêncio de sonho, tudo o que a alma carrega de preocupações desaparece, como por magia. Adorava permanecer neste paraíso, achado ao acaso, durante todo o tempo que o mundo tem. Esquecer o que vivemos e deixar que o pensamento voe tranquilamente pelo nosso futuro breve.

1 comentário:

  1. Fotos de cortar a respiração, parecendo ainda mais paradisíacas por se encontrarem desertas. Qualquer dia atrelo-me à Micha...

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