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Fonte
da Telha é um povoado ribeirinho em plena Costa da Caparica.
É uma longa tira
de areia situada na base de uma falésia fóssil, de cor amarelo-pardo ou
ligeiramente avermelhada, que faz barreira ao oceano numa vasta dimensão até ao
Cabo Espichel.
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A areia, muito compacta e de cor alaranjada, é de uma extensão a
perder de vista.
Ao
chegarmos, uma surpresa: o casario, de classe média-baixa, está implantado em
pleno areal e algumas casas esforçam-se arriba acima.
As
pequenas construções, os cafés e bares dão um aspecto colorido a esta praia.
Porém, o caótico amontoado do edificado indicia alguma clandestinidade de
tempos idos.
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O
mar, por ali, parece-se com o do Algarve com águas que se espreguiçam num vai e
vem cadenciado e sereno.
Apenas alguns pescadores se atarefavam na arte de enganar os peixes.
O ambiente ia aquecendo à medida que o
dia clareava e o sol a surgia no horizonte, a montante. A admiração da arriba fóssil
adjacente e do manso oceano aligeiraram o esforço da caminhada, de cerca de
duas horas e meia.
A
arriba, que percorre todo o areal até à Lagoa de Albufeira, é de uma beleza
extraordinária.
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A vegetação do sopé, de um intenso verde, acrescenta frescura à
arriba fóssil, da cor do ouro, rica em restos de vertebrados marinhos e que, em
1984, foi classificada como Paisagem Protegida com a finalidade de preservar as
características morfológicas e geológicas do local.
Lá
no alto, a arriba exibe formas singulares, caprichosamente lavradas pela
erosão, de belas construções naturais semelhantes a castelos fantásticos com
imensas torres de diferentes tamanhos.
O
azul do mar a reflectir a abóbada celeste, a visão do esplendor rendilhado das
arribas e o caminhar solitário pelo vasto areal fez desta manhã soalheira, de
suave brisa, um dos mais belos momentos deste peregrinar pelo país.
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