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| Foto: Google Imagens |
Até que chegou a minha vez.
Após uma queda desorientada, dou por mim ajudado por mão carinhosa de afectos desmedidos.
Num primeiro momento, um rápido diagnóstico faz sossegar a alma: não existem lesões vitais, pelo que importa correr para o aconchego hospitalar onde os diagnósticos são bem mais confiáveis.
É minha estreia como traumatizado na nova urgência do Hospital de Braga.
No entanto, poucos minutos após a chegada, apercebo-me que tudo será muito lento. Demasiado lento ...
Os gritos de um pai, no desespero de não ver o seu filho ter um atendimento célere, convencem-me que passarei ali muito tempo até ser atendido.
Após cerca de cinco horas de sofrimento na coluna lombar e na mão esquerda, que não parava de crescer, sou atendido pela equipa médica.
Desde logo, percebi que a humanização da relação médico-doente não morava por ali, apesar do tratamento preencher os requisitos da norma.
Inúmeras radiografias, à cabeça, coluna lombar e mão esquerda, aconselham o médico a centrar-se na invasiva lesão da mão e a tentar colocar os ossos nos seus devidos lugares.
A dor que senti foi tão forte que julguei não superar. Só mais tarde, uma Tomografia Axial Computorizada diagnostica que as muitas fraturas no tarso vão precisar de uma cirurgia.
Após cerca de nove horas na urgência, sou encaminhado para o internamento de ortopedia, onde aguardaria a marcação da cirurgia.
Humanização é rara na saúde e portanto preciosa.Custa-me saber que essa realidade é cada vez mais frequente no serviço público.
ResponderEliminarContudo, estando eu na área dos cuidados aos utentes, sempre lutarei contra isso. Humanização em primeiro lugar. Ver o doente como um "todo" e não só uma mão, ou uma cabeça ou a coluna. O doente é um ser altamente fragilizado, precisa de atenção, nem que seja um sorriso.
Pois...
ResponderEliminarO problema está na vocação, ou falta dela, no exercício profissional.
Quando a escolha da profissão tem outros condimentos... tudo falha!
bjo
CG