sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

É assim a vida!


Não aconteceu o anunciado fim do mundo. Tudo vai continuar na mesmice do costume.
Hoje o dia está húmido. Quase triste. A natureza desnudada só se remexe quando o vento corre ousado no seu encalço.

Joana Carvalho
Entramos no inverno. Uma estação plena de ironias.
Passou já tanto tempo desde os dias longos de frio e chuva vestidos de um viver pobre e de alegria breve. 
Um tempo em que se esperava por esta quadra com a alma em sobressalto. Algo de novo despontava numa satisfação que não se materializava em coisa alguma. Mas existia uma magia que animava esta época de afagos.

Passadas que foram muitas existências e o afloramento do núcleo de afectos de proximidade, parece que a  vida perde sentido a  cada dia que passa. Olhamos em frente e vemos um espaço de sobressaltos, apesar da esperança. A ponto de emergir a inquietante interrogação sobre se terá valido a pena todo este percurso.

Um dia destes, li um escrito acerca do génio da arte da criação, Óscar Niemayer, que, num desabafo tardio, terá concluído que a vida era um minuto. Tinha vivido mais de cem anos. Mas, estou certo, se tivesse o dobro do tempo, a vida ter-se-ia igualmente definido como um sopro. Porque, quando olhamos para trás, não vislumbramos a largura dos afectos, nem a intensidade dos momentos vividos. É assim a vida!

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