Hoje comemora-se o dia da libertação. Foi há cerca de quarenta anos que uma generosa geração de capitães libertou o país de um dos períodos mais negros da história contemporânea: a ditadura do Estado Novo.
Um regime que se impunha pela opressão em vez do desenvolvimento do país. Um regime suportado por políticos subservientes e uma polícia política denominada de «defesa do Estado» que, a troco das suas benesses, tudo fazia para esconder os ventos de democracia que, após a Segunda Guerra Mundial, se faziam sentir em grande parte dos países da Europa.
Um regime que se impunha pela opressão em vez do desenvolvimento do país. Um regime suportado por políticos subservientes e uma polícia política denominada de «defesa do Estado» que, a troco das suas benesses, tudo fazia para esconder os ventos de democracia que, após a Segunda Guerra Mundial, se faziam sentir em grande parte dos países da Europa.

Mas, sabemos hoje, o regime só apodreceu de vez com a deterioração da guerra em África e a crescente tomada de consciência de muitos responsáveis das forças armadas pela impossibilidade de uma vitória militar. Daí a Revolução do 25 de Abril de 1974.
Nessa data, encontrava-me na Guiné, numa das regiões onde a preponderância militar do PAIGC - movimento de libertação da Guiné e Cabo Verde - mais se fazia sentir. Embarquei em Setembro de 1973 integrado num Batalhão de Cavalaria. Numa altura em que se assistia à polémica substituição do Governador da Guiné, posto até então assumido por aquele que viria a tornar-se numa das figuras mais controversas do Movimento dos Capitães: o General António Spínola.
Logo que cheguei àquele território ultramarino, apercebi-me do equívoco que representava a nossa presença em África. Na Guiné, para onde me tinham enviado, foi quase imediato o assombro que tomou conta de mim pela certeza de que o movimento local de libertação detinha o controlo estratégico militar. As tropas portuguesas estavam praticamente cercadas, acantonadas a escassas zonas territoriais, munidas de um armamento obsoleto quando comparado com a crescente modernização do material de guerra utilizado pelo PAIGC. Enquanto os militares portugueses dispunham de material de guerra utilizado na Segunda Guerra Mundial, o PAIGC detinha já um armamento altamente sofisticado que lhe era garantido por alguns países do leste europeu.
O 25 de Abril de 1974 foi um movimento muito saudado pelas tropas portuguesas do contigente da Giné. Quando, na manhã desse dia, o Furriel Vagomestre da minha Companhia correu para a messe dos oficiais a anunciar o que tinha ouvido há minutos na rádio, uma alegria contida tomou conta de todos nós. E eram vários os grupos que, a partir daí, se apinhavam em volta de uma radiofonia. A avidez pelas notícias era imensa. E quase todos rezavam pelo sucesso do movimento dos capitães.
Vai já longínquo esse dia de importância vital na vida de milhões de portugueses. Sem o 25 de Abril, não tenho a certeza se estaria aqui nem se o meu país teria usufruido do enorme desenvolvimento económico e social conseguido nas últimas três décadas. Nem tudo correu pelo melhor: mas o resultado final é, sem dúvida nenhuma, muito positivo.
Com certeza que não podemos ignorar as dificuldades que hoje enfrentamos a nível económico e social. Sem dúvida, um desafio que lembra os tempos difíceis que o país sempre enfrentou ao longo dos seus mais de oito séculos de história. Com inegável sucesso, é bom que se diga!
Tal como na natureza, também existem ciclos nas sociedades. E se, a seguir ao Inverno vem a Primavera, eu quero acreditar que, apesar das dificuldades presentes, vamos ter sucesso no próximo futuro. Em liberdade!
Tal como na natureza, também existem ciclos nas sociedades. E se, a seguir ao Inverno vem a Primavera, eu quero acreditar que, apesar das dificuldades presentes, vamos ter sucesso no próximo futuro. Em liberdade!
Carlos da Gama
Foto: Google Imagens
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Viva
ResponderEliminarparabens pelo Blog...e aqui fica o convite parase juntar oa CAB www.cab-circulo.blogspot.com onde se enviar um mail para a coordenação ou para dcarvalho.luis@gmail.com podera confirmar a sua daesao, sem pagamento de joias ou quotas. O uso do logotipo do CAB e a difusão automatica do seu blog ficara asim assegurada entre a comunidade autocaravanista com amis visibilidade e audiencia! um abraçao de votos de sucesso.