Foto: Tonicha - Pardilhó (Aveiro) |
Vagueando por estrada sem vizinhança
travestido de figurante
caído em cilada
rondando sem rede e
qualquer segurança
como animal inquieto no
meio do nada
Sou raiva serena nesta
noite de breu
e bruma suave em chão de lua cheia
sou fome de paz num espaço
só meu
e brisa que desperta esta
nobre ideia
Sou tumulto d’alma que emerge
em segredo
e orador de sonhos sem
qualquer plateia
sou chama mortiça numa
espécie de enredo
e espuma de mar que se
desfaz na areia
Meu peito não dorme nas noites
inquietas
suspenso, há muito, em
nuvens de Outono
e o coração sufoca em
vertigens funestas
como cão doméstico que
ficou sem dono
Meu sonho maior é partir
clandestino
de alma resgatada e desfeita
em vento
tendo os afectos cumprido
seu destino
também para mim é chegado o momento
Sei que meus versos, quase
sempre, deprimem
por não ter um jeito de
ser mais frontal
mas são estados de alma
que eles exprimem
por isso, vos peço, não os
leveis a mal!
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