terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Saudades de Azurara!

 

Dentro da Micha, ouço melodias de sempre da década de setenta. 

Em frente, avisto a cidade a bordejar o rio calmo contrastando com a agitação marítima a menos de cem metros. 
 
Pela pele do Ave passam canoas com promissores campeões da arte de navegar.

A tarde espreguiça-se ao longo do rio e Vila do Conde está iluminada por um sol que aquece de esperança estes breves dias de inverno que antecedem o Natal.

Ao fundo, resiste ao tempo o majestático convento que marca a paisagem.  

Mais ao lado, pescadores aguardam pacientemente que a linha dê sinais de esperança. 

Estão juntos e enroupados porque o tempo está de fastio.
Olho a outra margem e à memória chegam emoções de adolescência quando aportava em Azurara em férias de verão. 

Era o tempo em que julgava o mar da mesma idade. Era o tempo das perguntas sem resposta e do convívio com a rapaziada de idêntico destino. 

Apesar da formação elitista que recebia, aquele foi um tempo com uma única brecha: o céu dos crentes.

Foi a «manhã submersa» da minha vida, abandonada com o lento despertar para as emoções de juventude. 

Quando as interrogações libertaram a alma, ousei subir a estrada de afectos, com expectativas, coragem e aventura. Apesar de tudo … saudades de Azurara!

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