Não existe nada que resista ao
tempo. Este é o mistério que me tem devorado por dentro nos últimos dias.
Quando penso na minha mãe, que recentemente
partiu, sinto uma vertigem de saudade e nostalgia que me desassossega a alma.
Nos meus momentos de maiores silêncios, vêm-me à memória o seu olhar sempre
acolhedor, a sua preocupação com o nosso quotidiano e o seu sorriso franco e
feliz.
Meu Deus, como é avassaladora a saudade
da sua voz, do seu jeito malandro de imitar, do modo informado como se
interessava pelas questões sociais e politicas do dia-a-dia, da atenção que
prestava aos problemas da sua família nuclear, enfim, de tantos momentos de
cumplicidade e afectos que recebi ao longo da vida.
Quando perdemos o ser que nos deu
a vida, quando morre a nossa mãe, morre a maior parte de nós.
É muito doloroso
habituar-me à ideia de que já não desfruto do ser humano que amei desde que
nasci. E, hoje, deploro, com imensa tristeza, não ter sido mais explícito na
manifestação desse amor.
Conforta-me o facto de que partiu
serenamente e sem se dar conta disso. Mas faz tanta falta à minha vida. Porque
era uma confidente dos bons e maus momentos. Era uma rainha de afectos sempre disponível para um
abraço de inesgotável ternura. Faz-me tanta falta!
Tens razão quando afirmas que a dor é imensa e que ainda aumenta quando nos vem à memória aquele olhar, sorriso e afecto.
ResponderEliminarEssa dor demorará a sarar, mas de uma coisa tenho a certeza, que é o facto de ela saber o amor que tu e todos nós sentíamos por ela.
É um anjo que está sempre connosco a cada segundo.
Abraço.