quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Faz-me tanta falta!



Não existe nada que resista ao tempo. Este é o mistério que me tem devorado por dentro nos últimos dias.
Quando penso na minha mãe, que recentemente partiu, sinto uma vertigem de saudade e nostalgia que me desassossega a alma. 
Nos meus momentos de maiores silêncios, vêm-me à memória o seu olhar sempre acolhedor, a sua preocupação com o nosso quotidiano e o seu sorriso franco e feliz.
Meu Deus, como é avassaladora a saudade da sua voz, do seu jeito malandro de imitar, do modo informado como se interessava pelas questões sociais e politicas do dia-a-dia, da atenção que prestava aos problemas da sua família nuclear, enfim, de tantos momentos de cumplicidade e afectos que recebi ao longo da vida.
Quando perdemos o ser que nos deu a vida, quando morre a nossa mãe, morre a maior parte de nós. 
É muito doloroso habituar-me à ideia de que já não desfruto do ser humano que amei desde que nasci. E, hoje, deploro, com imensa tristeza, não ter sido mais explícito na manifestação desse amor.
Conforta-me o facto de que partiu serenamente e sem se dar conta disso. Mas faz tanta falta à minha vida. Porque era uma confidente dos bons e maus momentos. Era uma rainha de afectos sempre disponível para um abraço de inesgotável ternura. Faz-me tanta falta!
 

1 comentário:

  1. Tens razão quando afirmas que a dor é imensa e que ainda aumenta quando nos vem à memória aquele olhar, sorriso e afecto.
    Essa dor demorará a sarar, mas de uma coisa tenho a certeza, que é o facto de ela saber o amor que tu e todos nós sentíamos por ela.
    É um anjo que está sempre connosco a cada segundo.

    Abraço.

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