Os sonhos perseguiam-no. Um que
perdeu algures, quando a viela ficou negra e medonha, foi levado por uma notícia que
navegou por águas agitadas e ventos pré-fabricados.
A partir daí, a terra dos sonhos nunca
mais foi a mesma. Passou, até, a parecer uma miragem sem retorno.
Sozinho, por entre a desventura,
procurou ganhar forças precisamente quando elas escapavam rumo a um abismo que
se alimenta de fantasias desfeitas.
Até que, ao lado da noite,
identificou um outro sonho, vestido de nostalgia, mas carregado de magia.
Apenas aguardava, serenamente, que a maré sossegasse de quimeras tardias. E estava já tomado de
esperança, apesar da penumbra que teimava em o abraçar.
Os dois encontraram-se por acaso.
Ambos andavam sedentos de paz, mais do que de justiça. Por isso, aproximaram as emoções
com que se encobriam.
E, ao entardecer, quando o sol se transformou num mágico
luzeiro, adornado de rubras labaredas por sobre o horizonte, tornaram-se
amigos. Sem subestimar que a amizade é o que resta do infortúnio!
Fotos: Tonicha e CG
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