terça-feira, 30 de julho de 2013

Ao lado da noite







Os sonhos perseguiam-no. Um que perdeu algures, quando a viela ficou negra e medonha, foi levado por uma notícia que navegou por águas agitadas e ventos pré-fabricados. 
A partir daí, a terra dos sonhos nunca mais foi a mesma. Passou, até, a parecer uma miragem sem retorno.
Sozinho, por entre a desventura, procurou ganhar forças precisamente quando elas escapavam rumo a um abismo que se alimenta de fantasias desfeitas.

Até que, ao lado da noite, identificou um outro sonho, vestido de nostalgia, mas carregado de magia. 
Apenas aguardava, serenamente, que a maré sossegasse de quimeras tardias. E estava já tomado de esperança, apesar da penumbra que teimava em o abraçar.

Os dois encontraram-se por acaso. 
Ambos andavam sedentos de paz, mais do que de justiça. Por isso, aproximaram as emoções com que se encobriam. 
E, ao entardecer, quando o sol se transformou num mágico luzeiro, adornado de rubras labaredas por sobre o horizonte, tornaram-se amigos. Sem subestimar que a amizade é o que resta do infortúnio!

Fotos: Tonicha e CG 

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