quinta-feira, 11 de julho de 2013

Horizontes de mar!



Mês quente de Julho. 
Ainda há uns escassos dias resmungava-se pelo tempo frio e chuvoso que parecia eternizar-se entre nós. A ponto da bisbilhotice semear a ideia de que este ano não haveria verão!

Mas, este mês, de ampla luz de maresia, iniciou-se com uma quimera, inusitadamente sumida da vida pelas asas de um destino. E, aí, a inquietação passou a ser a sombra do seu caminho.

Há muito, muito tempo, que a emoção era iludida pelo desassossego e a alma sucumbia aos pés da memória traída. 

Um dia, já distante, a vereda da vida terminou abruptamente e um abismo seguiu-se-lhe de sobressalto. Não houve tempo, sequer, para accionar os meios de estabilidade e o desabamento foi inevitável e em jeito de tragédia.

Durante esse lento percurso, quantos silêncios feridos, quanta angústia fatigada, quantos sonhos perdidos, quanta amargura libertada e quanta injustiça alienada por fantasmas aturdidos!

Sucedeu-se um longo rio triste, de águas impetuosas que tudo arrastavam. Os comparsas de uma vida optaram pelo rompimento dos laços e favoreceram outros destinos. Os afectos esfumaram-se num repente.

É duro atravessar um deserto sob um sol abrasivo. Porém, quando se alcança o vale verdejante, apesar de ilusório, solitário e tardio, uma nova expectativa faz o sonho recomeçar. Desta vez, com horizontes de mar!

Fotos: CG e Tonicha

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