Reencontramo-nos
com o nosso país, em Chaves, após percorrer as auto-estradas de Espanha, desde
Leão.
A cidade recebe-nos com um semblante carrancudo de nuvens negras e com algumas gotas de chuva fria.
A cidade recebe-nos com um semblante carrancudo de nuvens negras e com algumas gotas de chuva fria.
Estacionamos
na margem do Tâmega para passar o resto do dia e pernoitar, pela primeira vez,
nesta cidade do interior.
As águas deste calmo rio dão-lhe uma beleza peculiar.
As suas margens são como que um palco onde pessoas anónimas caminham apressados
e de rostos fechados, quem sabe, ruminando os propósitos de que se faz as suas vidas.
Talvez por isso, o semblante de quase todos parece-me nostálgico e apreensivo.
Talvez por isso, o semblante de quase todos parece-me nostálgico e apreensivo.
No
final da viagem, que nos levou até à Normandia, um sentimento paradoxal
invade-me a alma.
Por um lado, é a saudade a empurrar-me para mais perto dos
afectos, razão de ser da nossa vida.
Por outro, liberta-se de mim uma
nostálgica emoção pelo regresso a um país que, de momento, preferia mais
afastado.
Porventura,
porque estas viagens fazem de mim, cada vez mais, um cidadão do mundo.
Mas,
também, porque este meu país permanece idêntico ao que o Eça pintou na sua
magistral prosa: pequeno de alma, invejoso por natureza, saloio por devoção,
bisbilhoteiro quanto baste e egoísta por tradição.
Não aprendeu nada com a
passagem do tempo.
Prefiro
pensar que talvez este seja um pensamento injusto que se liberta de mim num
momento de imensa nostalgia que a meteorologia de Chaves aprofunda!
Fotos: CG e Tonicha
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