sábado, 31 de maio de 2014

Como náufrago, sorvo a vida ...


Vista de Saint-Jean de Luz - França


Este é um tempo propício
A visões, mesmo inquietas
Ondas do mar em bulício
E frugais brisas despertas

Aquela época distante
Que persiste a suspeitar
É uma luz de alma errante
Que não consegue alumiar

Alma minha de vendavais
Minha velha fantasia
Há vida com sal a mais
Nesta viagem já tardia

Chego aqui como um navio
Depois de tanto peregrinar
Ao chegar nasce um vazio
Que não consigo explicar

Como náufrago, sorvo a vida
Que emerge à minha frente
Tal como está contida
No pútrido de uma semente

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