quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Luminosidades …







Lagos é, para mim, a cidade da luz. 

Porque a larga avenida, que nos conduz até à fortaleza, é abrigo da marina que se caracteriza pela brancura do seu edificado e dos iates que ali buscam guarida;

Porque o Mercado Municipal reflecte uma maior luminosidade desde que a Sophia de Mello Andersen escreveu, a propósito do mercado de Lagos, onde fazia compras em tempo de férias: «Entra no mercado e vira à tua direita e ao terceiro homem que encontrares, em frente da terceira banca de pedra, compra peixe».
Porque o centro da cidade é um rendilhado de ruas, mais ou menos alongadas e apertadas por um alvo casario de construção centenária;

Porque o seu concelho abriga uma das mais afamadas localidades – a Praia da Luz – muito antes de aí ter ocorrido o trágico desaparecimento da criança inglesa que tanta tinta faz correr.

Lagos  é uma bela cidade que gosto de visitar sempre que o Algarve é destino de viagem. 

É dali que, quase sempre, regresso a casa percorrendo a costa alentejana. 
Desta vez, a primeira paragem é em Almograve. 


Caminhamos alguns quilómetros junto ao mar, admirando as águas límpidas do oceano e o rendilhado das baixas arribas, revestidas de lajedo, de corte longitudinal, parecido com a ardósia.

Por ali, apenas se ouve o silêncio cúmplice da natureza espreguiçada ao sol e o leve marulhar das águas contra a costa.

Seguimos, depois, para Porto Covo, simpática Vila, também ela de uma enternecedora brancura, não estivéssemos no Alentejo profundo.

Apesar de o verão estar quase velho, são ainda muitos os veraneantes que procuram este local. 

Talvez, atraídos pelas águas azul-turquesa que banham as pequenas praias e deslumbram o olhar dos visitantes.

O dia está bem ensolarado, mas sem castigar. 

Uma brisa refrescante perpassa por nós, aconchegando a caminhada pela marginal onde apetece sentar-mo-nos num dos vários bancos e aí ficar a escutar a voz do mar e a tentar perscrutar os mistérios que carrega.

Ao longe, avista-se a «Ilha do Pessegueiro», romanticamente cantada por Rui Veloso, numa trova que nos embala, apesar da trágica história de amor, de tempos imemoriais, que relata.

Mas, mais do que palavras, deixo-vos algumas fotos, como sempre acontece nos post’s  que publico. Porque, como escreveu José Cardoso Pires, no livro «E agora, José?», «… a fotografia vê o que o olhar não abrange, aquilo que a nossa atenção visual deixa escapar ou esquecer».


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