Sempre cultivei um imenso respeito pela corajosa opção de vida que desdenha
da vivência aburguesada e certinha. Sempre nutri um certo enlevo pelas imagens
que mostram a vida nos confins da selva, entre rios corredios, ou de águas mais
serenas, e veredas luxuriantes povoadas por putos de arco e flecha. O
sentimento que me invade, nesses instantes de deslumbramento, é de que, por ali,
a vida tem sabor a felicidade.
Noutras circunstâncias, porém, assalta-me a dúvida sobre se esse modo de
vida, de céu aberto, será, de facto, a expressão da liberdade total. Mas, pressinto
que o desprezo pela vida corredia e o redesenhar dos sentidos libertam a alma,
impelindo-a a navegar em quimeras de outros caudais
mansos e frescos.
A relação
humana continua a ser um mistério que sempre nos sobressalta. Mormente, quando,
após uma fase de ruptura natural da nossa vivência colectiva, se inicia um
percurso diverso do que existiu até aí.
De início,
vive-se a ilusão de que tudo vai voltar a ser o que sempre foi. Com o passar do
tempo, apercebemo-nos que se estabeleceu um novo ciclo e que nada será como
dantes. Porque, nunca nada será como dantes, por muito que ambicionemos.
Por vezes,
donde esperamos consideração, colhemos ausência. Onde construímos celebração, passa
a haver melancolia e saudade. Onde havia agregação, subsiste memória de
momentos aprazíveis.
Porque a vida é sempre uma lição, chegou, porventura, o tempo de zarpar!
Porque a vida é sempre uma lição, chegou, porventura, o tempo de zarpar!
Não zarpes para longe...
ResponderEliminarOs meus «infantes» sempre estarão comigo ... qualquer que seja a lonjura ou a liberdade do pensamento! bjo
ResponderEliminarDescobri este espaço e gostei bastante. Ficarei por aqui a "zarpar" pelos imensos relatos.
ResponderEliminarObrigado pela passagem por esta «estrada» e pelas amáveis palavras. Até sempre!
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