segunda-feira, 11 de julho de 2016

S. Miguel (Açores) – o paraíso na terra!


Na primeira semana de Julho, visitamos, uma vez mais, a Ilha de S. Miguel, a maior dos Açores. Terra de lagoas imensas, de florestas místicas, de miradouros sublimes e de vales encantados, S. Miguel é uma excelente síntese do arquipélago.

Ponta Delgada é a capital da Ilha que impressiona pela sua beleza. As «Portas da Cidade», seu principal ex-libris, com as arcadas voltadas para o mar, parecem dar as boas-vindas a quem chega. 
O casario pitoresco, de ancestrais usos e costumes, cativa os visitantes logo de início. Apesar de algumas fachadas senhoriais de azul celeste ou amarelo forte, o edificado, em geral, é branco com cantarias em basalto negro.

Percorrer as estradas em S. Miguel é fruir do verde imenso, ladeado pelo azul de mar, e sentir uma fragrância agradável que as hortênsias exalam. Percursos íngremes alcançados a custo para, logo depois, fruir de paisagens e lonjuras de cortar a respiração.
Água, muita água multicolor detida por formosas lagoas rodeadas por verdejantes pastagens, paraísos dos bovinos que se amontoam nos empinados dos campos e que ignoram a nossa passagem.

 A Lagoa das Sete Cidades continua a enamorar quem a visita. O enorme espelho verde e azul merece bem a distinção das sete maravilhas naturais de Portugal. 
Apesar do nevoeiro turvar a visão, no Miradouro da Vista do Rei o espanto dos rostos é notório em todos os que admiram as águas verdes e azuis lá em baixo. A atracção é tão grande que apetece ficar por ali tempo sem fim. Mas a curiosidade desafia-nos a descer até junto das águas como que para confirmar o esplendor das alturas.

Ziguezagueando pela montanha, subimos ao ponto mais elevado da Ilha de S. Miguel, chegando à Lagoa do Fogo, imenso espelho de água cercado de muita vegetação. 
É a segunda maior Lagoa da Ilha e a mais alta, há muito classificada como reserva natural, tal o seu valor natural e paisagístico.
A caminho do Nordeste, fizemos uma pausa no Miradouro de Santa Iria para observar o eterno contraste entre a verdejante beleza dos campos de S. Miguel e o intenso azul do Oceano Atlântico. 
Dali seguimos para a mais antiga fábrica de chá da Europa (desde 1883): a Gorreana. A visita é gratuita e inclui provas de chás, visita às plantações e à maquinaria de selecção e secagem do produto.

A Lagoa das Furnas, por seu turno, pareceu-nos adormecida por entre aquele remanso verde de águas tranquilas no meio de uma luxuriante vegetação. Por ali não se sente o tempo a passar. 
As fumarolas que brotam da terra e as ferventes águas, que gorgolejam calor e espalham o forte odor a enxofre, fazem-nos cismar nos mistérios que inspiram as energias mágicas do nosso mundo natural.
A Poça da D. Beija, idílico espaço termal ao ar livre, oferece-nos um tempo para relaxar nas águas quentes que correm por diversos tanques, sempre repletos de turistas. Com água a atingir os 39º, todo o local apresenta-se bem cuidado e com excelentes condições.

Também nos banhamos na piscina natural da Ponta da Ferraria, que se forma junto das rochas durante a baixa maré. Aí, a água fria do oceano mistura-se com a água quente de nascentes termais de origem vulcânica. É um local muito aprazível onde muitos se penduram nas cordas, magistralmente presas às rochas, sendo embalados pelas ondas do mar e fruindo das qualidades terapêuticas daquelas águas termais.

Pelo entardecer, Ponta Delgada ganha uma paleta de cores macias que nos deixa a alma mais introspectiva. Sabe bem entrar nos bares para repor energias e, depois, passear lentamente pela ampla marginal a olhar os barcos de diferentes portes que transparecem uma tranquilidade dormente de fim de dia.
É quase obrigatório subir a escadaria da Baía dos Anjos para admirar a silhueta da cidade e dos montes vulcânicos que se perfilam no horizonte. É uma visão extraordinária que se obtém quando observamos o azul de mar e a perspectiva do verde ondulado mais ao longe. Mas, também, para contemplar os portentosos navios de cruzeiro e toda a faina marítima do porto de Ponta Delgada.

No último dia, tivemos a sorte de assistir à preparação do encerramento das festividades ao Divino Espírito Santo que os açorianos cultivam com um extraordinário fervor e fé. 
Este povo, que viu a sua terra sujeita, vezes sem conta, a tragédias da natureza, agarra-se a uma comovente religiosidade que lhes fornece a energia bastante para recomeçar a vida sempre que necessário.

Foram sete dias de emoções fortes de que já se sentem saudades. Mas, por certo, voltaremos um dia a fruir da admirável hospitalidade dos açorianos e a reapreciar o que de melhor existe numa ilha de beleza única e repleta de história e tradição.

5 comentários:

  1. Fotos magníficas, de fazer suspirar. A ilha que me espere... aqui vou eu!

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  2. Eis um lugar que está no topo da minha lista de lugares a conhecer! Lendo seu post, a vontade só aumentou! Belas fotos!
    Abraços,
    Ana Christ

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  3. Eis um lugar que está no topo da minha lista de lugares a conhecer! Lendo seu post, a vontade só aumentou! Belas fotos!
    Abraços,
    Ana Christ

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  4. Lindo, magnífico, sensacional, emocional,..... simplesmente FANTÁSTICO.
    Sem dúvida nenhuma, as melhores férias que já tive em família. O muito obrigado a ti e à mãe por proporcionarem a mim e à Ana umas férias neste local paradisíaco. Portugal é mesmo lindo. Abraços.

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  5. Nós é que agradecemos a vossa agradável companhia, acredita! É tão bom descobrir as belezas do nosso mundo natural na companhia de quem mais amamos! É a melhor recompensa que a vida nos proporciona. Muito obrigado aos dois.
    bjo

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