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Já passaram muitos anos desde
que, pela primeira vez, com a tenda de campismo na mala do Renault 19,
percorri, o Alto e o Baixo Alentejo, desaguando em Monte Gordo. Era o tempo de meninice
dos meus infantes, hoje já presentes na vida de adultos.
O parque de campismo desse local
de veraneio era, à época, um oásis na rotina da vida. Aqui chegados, era preciso
amorenar no extenso areal para «fazer figura» no regresso do Algarve.
Foi um
tempo feliz, sobretudo porque estávamos acompanhados do sorriso dos rebentos. Mas
só hoje percebemos que são estes que fazem esquecer a passagem dos anos. Só quando
eles chegam à maioridade e procuram outras companhias é que damos conta que a
vida passou num ápice.
Mas, porque voltamos a ficar sós,
fez sentido a opção pelo autocaravanismo para percorrer países e lugares sem
preocupações com o tempo. É um novo patamar de liberdade que se alcança quando
atingimos a idade da prata, mantendo os afectos próximos da saudade.
Pela tarde, caminhamos junto à
rebentação do mar de Monte Gordo, enquanto o sol jogava às escondidas com umas
nuvens grávidas de chuva e o vento corria desamparado e frio.
Depois, decidimos
fazer uma caminhada pela mata que leva a Vila Real de Santo António. Um perfume
de alfazemas e outros arbustos campestres acompanhou-nos durante todo o
percurso. E foi bom de ver os «Maios» floridos e pinheiros altos com ramos
musculados a apontar o céu, enquanto íamos sendo cumprimentados por inúmeros
estrangeiros que por ali suavam os exageros gastronómicos.
Monte Gordo mantém o mesmo ar
jovial, as mesmas paisagens e os mesmo cenários de outrora. Dá a impressão que
o tempo não passou por aqui.
E ainda bem que assim é!
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