sábado, 6 de abril de 2013

Ainda bem que assim é!



CG

Já passaram muitos anos desde que, pela primeira vez, com a tenda de campismo na mala do Renault 19, percorri, o Alto e o Baixo Alentejo, desaguando em Monte Gordo. Era o tempo de meninice dos meus infantes, hoje já presentes na vida de adultos.
O parque de campismo desse local de veraneio era, à época, um oásis na rotina da vida. Aqui chegados, era preciso amorenar no extenso areal para «fazer figura» no regresso do Algarve. 
Foi um tempo feliz, sobretudo porque estávamos acompanhados do sorriso dos rebentos. Mas só hoje percebemos que são estes que fazem esquecer a passagem dos anos. Só quando eles chegam à maioridade e procuram outras companhias é que damos conta que a vida passou num ápice.
Mas, porque voltamos a ficar sós, fez sentido a opção pelo autocaravanismo para percorrer países e lugares sem preocupações com o tempo. É um novo patamar de liberdade que se alcança quando atingimos a idade da prata, mantendo os afectos próximos da saudade.

Pela tarde, caminhamos junto à rebentação do mar de Monte Gordo, enquanto o sol jogava às escondidas com umas nuvens grávidas de chuva e o vento corria desamparado e frio. 
Depois, decidimos fazer uma caminhada pela mata que leva a Vila Real de Santo António. Um perfume de alfazemas e outros arbustos campestres acompanhou-nos durante todo o percurso. E foi bom de ver os «Maios» floridos e pinheiros altos com ramos musculados a apontar o céu, enquanto íamos sendo cumprimentados por inúmeros estrangeiros que por ali suavam os exageros gastronómicos.

Monte Gordo mantém o mesmo ar jovial, as mesmas paisagens e os mesmo cenários de outrora. Dá a impressão que o tempo não passou por aqui. 
E ainda bem que assim é!

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