quarta-feira, 10 de abril de 2013

Grândola, vila morena …



CG
Chegamos, pelo meio-dia, à AS de Grândola. Precisavamos de abastecer a Micha de água e despejar as águas negras. O local é amplo. Porém, o aspecto dos prédios periféricos e dos carros aí estacionados (estavam todos com os pneus furados), suscitou alguma insegurança.
Decidimos estacionar no parque contíguo e aí confeccionar o almoço. 
Entretanto, chega uma pequena carrinha de caixa aberta da autarquia transportando um arbusto de cerca de dois metros de cumprimento. Quatro homens saem do seu interior dispostos a replantar o mesmo. 
Enquanto um deles começa a cavar um buraco, os outros três encostam-se à viatura a apreciar o trabalho do cavador. Depois, a árvore é plantada com a ajuda de dois dos trabalhadores, enquanto os restantes continuam com a missão de «fiscalizar» o evento. 
O mais cansado da vida vai ao ponto de se deitar no banco de trás de um carro amigo que ali decidiu parar e iniciar uma morna cavaqueira. Um outro faz-se notar pela postura hierárquica, uma vez que limita a sua acção a mirar a inclinação do arbusto e a ordenar a postura que considera mais correcta.
O trabalho não durou muito tempo. Mas a imagem que fica do Município de Grândola é, no mínimo, constrangedora. O pensamento que me assaltou, no momento, foi que um país que necessita de quatro homens para plantar um arbusto não terá, por certo, um futuro muito pomissor.
Mas, também, não terá sido por acaso que a utopia da liberdade tenha determinado que, nesta cidade, «O povo é quem mais ordena»!
 É assim este meu país!

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