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O Santuário de Fátima é a última
etapa do percurso. Este é um local quase obrigatório na saída ou no
regresso das nossas viagens pelo Sul do país.
Mais que razões de índole
religiosa, é um encontro comigo mesmo que ali procuro.
São os silêncios que por
ali se ouvem e os murmúrios beatos que perscruto que me incute uma paz que
não encontro noutro local. Quem sabe se estes não sejam resquícios de um passado
de fé, entretanto dissipada!
Fátima é um íman difícil de
explicar. Porque o viajante sente-se bem e a logística oferecida ao
autocaravanista é suficiente e simpática.
Neste local ermo respira-se
tranquilidade e o ambiente convida ao recolhimento. Mesmo para os agnósticos.
Porque, de vez em quando, faz bem questionar a vida e a nossa presença na
Terra.
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Terminamos, há momentos, o
percurso tantas vezes usado neste recinto: visita à Basílica de Nossa Senhora
do Rosário, onde se encontram os restos mortais dos três protagonistas desta
história de fé: Lúcia, Jacinta e Francisco.
Depois, uma breve passagem pela
incontornável «Capelinha das Aparições», sempre envolvida num bulício de preces
e oração.
Seguiu-se a novíssima Igreja da Santíssima Trindade, onde nos
perdemos a apreciar o exuberante painel dourado por detrás do altar-mor e a
fantástica figura de Cristo na Cruz, mais semelhante com os homens do seu tempo
e região.
Só um lamento pessoal a apontar:
não existe recanto que não esteja semeado de ranhuras a solicitar esmolas, quer
para o «Nosso Senhor», quer para os «Pastorinhos», quer para «Nossa Senhora» e,
imagine-se, também, para o «Menino Jesus de Praga».
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Não estando em causa a
necessidade do Santuário dispor de recursos para fazer face às muitas despesas
a que está obrigado, considero um exagero o número de caixas a solicitar esmolas.
Em minha
opinião, são estas situações, de aproveitamento da fé dos crentes, que afastam da
religião tantos homens e mulheres de todo o mundo.
E, talvez por isso, não
impressione o fausto exibido pela Igreja naquele local de fé!
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