Carlos da Gama |
Ao crepúsculo deste primeiro dia do ano. Há momentos, percorri a margem
esquerda do Mondego, onde ele se mistura com o mar. A maré subia com o ondulado
rumo a montante.
Alguns pescadores teimavam, uma vez mais, em lançar o isco na
expectativa de prender um peixe que justificasse a tarde.
O tempo esfriou e a noite cai lentamente sobre a Figueira da Foz. As
lanternas verdes e vermelhas piscam nos faróis fronteiriços em direcção ao
largo mar, servindo de guia aos barcos que demandam aquelas paragens.
Caminho devagar, com os olhos pousados no mar. À memória saltam-me algumas
melodias, quase sempre, sobre Lisboa. Sempre assim foi: quando o cenário do
quotidiano se altera, as cantigas sobre Lisboa despertam da minha memória e
bailam nos meus lábios. Talvez sejam resquícios de tempos idos em que a capital
foi cenário de momentos especiais da minha vida.
A noite instalou-se
definitivamente. A Figueira da Foz recolhe-se para viver mais um ano. Oxalá
seja feliz!
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