Faltam cerca de sessenta minutos
para o final do ano. A multidão vai engrossando a avenida, numa euforia inquieta.
A noite vai andando devagar. O ar
está gélido e o ambiente ainda húmido por uma tarde de invernia musculada.
Carlos da Gama |
Há os
que carregam o álcool do esquecimento.
Há os que se maneiam numa entrega aos acordes do momento.
Há os que se maneiam numa entrega aos acordes do momento.
Há os que apenas olham os outros, numa espera de qualquer coisa de diferente.
Estes rituais de comemoração de
datas que, na realidade, quase nada altera o ritmo das nossas vidas, mantêm os
corpos inquietos pela adrenalina.
Dentro de momentos estaremos em 2013 e, de
certo, nada o distinguirá do ano que se finda.
O mar remexe-se, mais ao fundo,
numa liturgia de ondas ousadas que, de encontro às rochas, se desfazem em
espuma branca.
Sinto vontade de estar mais perto deste rebuliço que me seduz
pelo assombro com que se manifesta.
Sinto vontade de sentir o cheiro que a sua
alma exala, de lhe confiar a inquietude que me acompanha e de lhe prescrutar os caminhos que o
futuro nos reserva no ano prestes a começar!
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