sexta-feira, 14 de março de 2014

Estender o olhar a perder de vista!

Zambujeira do Mar. Iniciamos a aproximação, avenida a baixo. Do lado esquerdo continua o velho parque de campismo, agora bastante melhorado. 
Depois, o casario amontoa-se na falésia com a magnifica visão da praia em concha e o mar lá ao fundo sempre na faina de construir castelos de espuma.
O sol brilha como já não via há alguns meses e obriga a retirar as peças de roupa que o vento frio e a chuva aconselhavam. 

As flores começam a mostrar-se em todo o seu esplendor, prenunciando a chegada da primavera e de um tempo mais ameno.

Ao chegar, a memória rapidamente desenrolou o tempo de ternura dos rebentos. 
Mas já passaram mais de uma vintena de anos em que, pela primeira vez, me deslumbrei com esta paisagem de beleza impar.   

Desde aí, o conceito «costa alentejana» significou, sobretudo, «Zambujeira do Mar».

Gostaria de, por cá, encontrar o meu amigo de tempos idos que por cá exercera a profissão de médico na área de saúde pública. 

Soube que, passados uns anos, terá enfrentado uma fase depressiva que lhe moldaria o resto da sua vida. 

Era exímio na arte de fotografar. Retenho em casa um quadro que, num gesto generoso, me ofertou com a foto, a preto e branco, de uma árvore frondosa e um pequeno opúsculo dos seus poemas de juventude. 

A espuma do tempo deixa no limbo do esquecimento algumas memórias de afectos que deveriam permanecer bem vivas em nós.

Zambujeira do mar continua igual à impressão que retive da primeira vez que a visitei.

A praia, ao fundo da escadaria, é aconchegada e serena.
O casario esbranquiçado estende-se por cima da falésia e, dali, pode-se seduzir o olhar a perder de vista!

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