Antes de chegar a Lagos, destino da viagem de
hoje, visitamos a simpática «Praia da Luz».
Um lugar mítico de memórias sadias
e, simultaneamente, uma estância de veraneio tristemente célebre pelo
desaparecimento de uma criança inglesa, um caso de enorme rumor social e
mediático.
Mas o que nos arrastou até ali foi a recordação
de felizes vivências, de tempos já distantes, e de paisagens que permanecem
belíssimas.
A baia da Praia da Luz continua de águas serenas
de matizes verdes e azuis.
Apesar de ainda estarmos em Março, as flores já
embelezam a marginal e os pequenos canteiros das casas alvas.
O sol fez questão
de marcar presença neste regresso a um dos locais fantásticos da minha
juventude tardia.
Seguimos, depois, para Lagos, onde decidimos
pernoitar.
A autarquia, atenta ao crescente fenómeno do turismo de proximidade,
criou uma área de serviço de auto caravanas num enorme recinto bem junto ao
estádio.
Cá estão uma boa quarentena, oriundas de vários países europeus:
Suécia, Finlândia, Itália, Dinamarca, Alemanha, França e Inglaterra.
Não terá
sido por acaso o desabafo, em jeito de espanto, da garota que, bem cedo,
cobrava a estadia: - «finalmente, um português!».
Mas já há muito que sabemos que o Algarve é a mais
estrangeira região portuguesa. E ainda bem para a economia nacional.
O tempo convida a um passeio até à marginal
para fruir das aragens desta bela cidade algarvia.
A avenida que bordeja a
marina é uma artéria amiga do coração.
Terra de navegantes, a cidade de Lagos honra
os seus heróis, Gil Eanes e Infante D. Henrique que, nos versos de Camões, se
aventuraram «por mares nunca dantes navegados».
Após uma noite de sossego, a manhã surgiu com
um sol quente e uma brisa suave de mar. Mais ao lado, ouvia-se o rumor da
civilização a circular pelas artérias mais próximas, como a anunciar que o dia
era de labor.
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