Nem por acaso! De repente, surge
a necessidade de adquirir um antibiótico para fazer face a um problema de saúde
que se repete de quando em vez. Estamos longe de casa. Chegamos há cerca de
vinte e quatro horas gozando o sol que se segue a uma semana de forte chuva e
de tempo frio.
A noite foi gelada e balanceada
pelos fortes ventos e pelo marulhar das ondas deste mar buliçoso. Toda a noite
senti a fúria da chuva a castigar o nosso confortável abrigo. Está alteroso
este mar do norte!
De manhã, fizemos um percurso
breve pelo conjunto mais tradicional da vila. Um casario a bordar a marginal e
a separar os campos do sustento. Após o almoço, aventuramo-nos a caminhar junto
da rebentação durante cerca de duas horas. De súbito, as ondas surgiam fortes,
obrigando a uma fuga apressada, nem sempre conseguida, para terreno seco e
seguro.
Chegados ao conforto da Micha,
eis que se torna mais exigente a procura de uma farmácia para adquirir o tal
fármaco. Mas foi um esforço inglório. Só mediante a receita médica é que seria
aviado o tal medicamento.
É vil esta forma de como algumas profissões capturam a liberdade de opção por parte dos doentes.
É vil esta forma de como algumas profissões capturam a liberdade de opção por parte dos doentes.
Ninguém duvida da necessidade do
apoio médico na ajuda à resolução de alguns problemas psicossomáticos. Mas é um
embuste esta necessidade da sua prévia autorização para se adquirir um simples antibiótico.
Faz bem o atual Ministro da Saúde
quando enfrenta este poderoso lobby médico exigindo que as prescrições de
medicamentos passem a ter de incluir a Denominação Comum Internacional (DCI) do
respetivo princípio ativo.
É tempo de, também nesta matéria,
o país deixar de vez algumas práticas próprias da Idade Média por exclusivo
interesse de uma das classes mais privilegiadas deste meu país. À custa dos
cidadãos!
Carlos da Gama
Imagem do Google
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