sábado, 26 de maio de 2012

Desabafo

Foto: Tonicha







Sempre que escrevo,
é de um retrato
que trato.
Por estes dias,
pelo amanhecer,
o amarelecido papel
recorda o suicídio que
continua a ser a
opção de viver!

           Quantos anos de teimosia,
           quanta ternura ignorada,
           quanta alegria contida!
           Quanta paz requerida
           no tempo que resta
           nesta lúgubre madrugada!


           Há uma miragem
           que permanece.
           Há uma fuga
           que entontece!
           Queiram os deuses
           que não seja tarde
           neste relento que arde.
           A aragem fresca que procura
           esta dádiva que perdura
           e que anuncia:
           - Há vida para além da vida!

Carlos da Gama

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