sexta-feira, 18 de maio de 2012

«Há fogo em Laúndos!»



O percurso matinal de hoje pela marginal, num esforço saudável do lento pedalar, foi aquecido pelo sol que mantém um verão teimosamente acolhedor.
A descoberta da parte mais antiga de Aver-o-Mar é surpreendente. As praias desertas de veraneantes são vigiadas pelos velhos que parecem olhar o mar com a nostalgia e saudade. Enquanto que as gaivotas se juntam numa irmandade aguardando o momento certo para se fazerem ao mar. 

O monte de Laúndos lá continua sobranceiro sobre toda esta rica região da Póvoa. É um local ermo de romaria, onde um filho da terra, que fez fortuna no Brasil, investiu a sua fé no embelezamento do santuário.

Mas é, também, uma das mais temerosas memórias de infância da minha companheira de afetos: o avistamento de fumo no monte de Laúndos.
Recordações de medo que o fogo de longe pudesse percorrer a distância de mais de vinte léguas e atingir a terra da Senhora do Lago, onde residira até à idade adulta.

Como ícone de memórias de infância, pelo ateamento de fogo que se anunciava ao longe, é também o local de memórias de picnics familiares e de esperanças de novos rebentos que dariam continuidade ao ADN coletivo.
A partir dessas felizes memórias de afetos, deixou de haver «fogo em Laúndos»!
Carlos da Gama

 Imagem do Google

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