Foto: Carlos da Gama |
Ai esta
ansiedade que sonhei banida
Sempre a exibir
um carácter sinuoso
Parece um ser
errante, porque vestida
De vento
vadio, por vezes impetuoso
Quando,
enfim, abandonei o tempo
Duma letargia que se fez destino
Soltei a
alma, corri contra o vento,
Como se fosse o tempo de menino
Ignorando
de vez as saudades da partida
Transportei
silêncios de mil cores frugais
Como errante pela aventura da vida
Por entre verdes campos de canaviais
Na busca
de um refúgio para os sonhos
Dei com o
tempo cismando endiabrado
Furtivas mágoas e sonhos medonhos
E de toda
a angustia que traz o passado
Permanece,
ao longe, já adormecida
A
irracional pertença a uma alcateia
Se existiu
nostalgia, ela virou cantiga
Como serenata
em noite de lua cheia
As
saudades que emergem da ternura
Que
outrora fizeram meus dias amenos
São da voz
do mar quando murmura
Nos areais
de luz onde permanecemos
A magia
que se adivinha no horizonte
Viaja nos
murmúrios feitos pelo vento
As
madrugadas de bruma são uma ponte
Que liga
todo o céu do meu firmamento
Carlos da Gama
Lindo... Romântico!
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