quarta-feira, 4 de junho de 2014

Berlim





Berlim constituía uma das expectativas elevadas nesta viagem aos locais mais simbólicos da II Guerra Mundial. Para além da monumentalidade arquitectónica, espalhada por toda a cidade, pretendíamos visitar os locais de memória das atrocidades cometidas pelo regime nazi.

Iniciamos o périplo pelo «Check-Point» americano do tempo da guerra fria. 
Era ali que se situava uma das fronteiras de Berlim do pós-guerra, quando a cidade foi territorialmente dividida pelas potências vendedoras do conflito: Estados Unidos da América, França, Inglaterra e União Soviética.

O «Check-Point», ainda está povoado com militares dos EUA que, assim, fazem perdurar a lembrança do tempo em que o mundo ficou suspenso pelo ódio, medo e desconfiança entre os povos.
Seguiu-se, depois, a obrigatória passagem pela «Topografia dos Terrores», uma exposição de testemunhos fotográficos e históricos da barbárie nazi e de um pedaço do «Muro de Berlim» com cerca de 100 metros de cumprimento.

Aí podemos observar e reconstituir o hediondo regime e os horrores de que foram capazes os seguidores de Adolf Hitler.
As palavras, uma vez mais, soçobram perante a crueza das imagens que observamos. 
Faz bem a Alemanha expor ao mundo as atrocidades cometidas em seu nome por seguidores de um regime demoníaco e infame.
Custa a suportar ver muitos dos testemunhos aí expostos. 


Fica a perplexidade e sobram as questões sobre a verdadeira natureza do ser humano: Como foi possível aquela barbárie contra milhões de indefesos e inocentes? 
Como foi possível suportar a tese racista de que, pelo nascimento, uns são superiores a outros? 
Como é possível que pessoas comuns tenham abraçado a ideologia nazi e se transformado em senhores da vida e da morte sobre outros seres humanos? 
Onde foi recolhido tanto ódio e tamanha indiferença perante o sofrimento de milhões de inocentes? Como foi possível acontecer tudo isto?
Ao abandonar aquela magna exposição de horrores, retomei o caminho com os pensamentos em contra-ciclo e com a convicção, cada vez mais arreigada, de que o homem é um ser vivo labiríntico e complexo e que o mundo é um local perigoso. A história das civilizações confirma perfeitamente esta tese.
Passamos, em seguida, pelo «Memorial do Holocausto», localizado na região do Portão de Brandemburgo e que foi construído em memória dos milhões de judeus assassinados pelos nazis.

Mas Berlim tem mais, muito mais a mostrar ao visitante: magníficos parques verdes (como o Tiergarten), monumentos incontornáveis e que se transformaram em ex-libris da capital da Alemanha (como o Reichtag e a Porta de Brandenburg). 
A imponência e beleza dos prédios modernos da Potsdamerplatz, totalmente reconstruída após a queda do Muro de Berlim, e da Alexanderplatz, grande praça aberta e terminal de transportes públicos no centro da cidade, próxima do rio Spree, são testemunhos de modernidade da capital da Alemanha. 
É por este rio (Spree), que decorre pelo centro da cidade e passa pelos principais pontos turísticos, como a ilha dos museus, o parlamento e a catedral, que os barcos se passeiam sempre apinhados de turistas.
Nas proximidades da Alexanderplatz, encontram-se a Torre de Televisão, com 368 metros de altura e o centro comercial Alexa, um dos maiores de Berlim.
Berlim não cansa e é uma das mais fascinantes capitais do mundo, onde a riqueza do passado se conjuga com as linhas vanguardistas do presente. 
Fica uma certeza: não será a última vez que visitarei esta magnífica cidade europeia.

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