sexta-feira, 3 de outubro de 2014

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Como é belo este lugar onde misturo a natureza verdejante, o rio silencioso que se alarga até à foz e o casario onde regressam os obreiros desta vida vivida ao vento.
Um monótono ruído de motor, mais ao largo, esforça-se por levar a água do Cávado aos campos sedentos de seiva. Aqui perto, um bando de crianças, em pose colegial, recebe este sol de Outono junto do veio de água da Barca do Lago.
Na estrada lateral passa um tractor em ruidosos solavancos na demanda dos deveres agrícolas de que esta terra é pródiga.
Há, por aqui, um silêncio que se eleva por cima dos campos e do casario que dá pitoresco a esta terra de lavoura e gado. O rio exibe, lá em baixo, a sua levada silenciosa e quase triste pela ausência de companhia. As árvores, que embelezam esta margem, estão ainda cobertas de um verde de verão que se vai esvaindo aos poucos. Não faltará muito para que iniciem o avassalador percurso para um tempo de ausência de quase tudo. As chuvas que, por estes dias, inundaram os campos e ruas são o prenúncio precoce da aproximação da estação multicolor e decadente. Toda a natureza iniciará, a partir de então, um tempo de agonia lenta e de adormecimento gélido. Mas, no meio de toda esta nostalgia mora a esperança de um retorno à vida. Mais cedo, que tarde!


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