Como é belo este lugar onde
misturo a natureza verdejante, o rio silencioso que se alarga até à foz e o
casario onde regressam os obreiros desta vida vivida ao vento.
Um monótono ruído de motor, mais
ao largo, esforça-se por levar a água do Cávado aos campos sedentos de seiva.
Aqui perto, um bando de crianças, em pose colegial, recebe este sol de Outono
junto do veio de água da Barca do Lago.
Na estrada lateral passa um
tractor em ruidosos solavancos na demanda dos deveres agrícolas de que esta
terra é pródiga.
Há, por aqui, um silêncio que se
eleva por cima dos campos e do casario que dá pitoresco a esta terra de lavoura
e gado. O rio exibe, lá em baixo, a sua levada silenciosa e quase triste pela
ausência de companhia. As árvores, que embelezam esta margem, estão ainda
cobertas de um verde de verão que se vai esvaindo aos poucos. Não faltará muito
para que iniciem o avassalador percurso para um tempo de ausência de quase
tudo. As chuvas que, por estes dias, inundaram os campos e ruas são o prenúncio
precoce da aproximação da estação multicolor e decadente. Toda a natureza
iniciará, a partir de então, um tempo de agonia lenta e de adormecimento
gélido. Mas, no meio de toda esta nostalgia mora a esperança de um retorno à
vida. Mais cedo, que tarde!
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