Despedimo-nos de «Qualidia» com
uma última visita à baia. O dia prometia sol e calor. Mas fizemo-nos à estrada
para percorrer cerca de 100 quilómetros. Passamos por «Safi», cidade que os
portugueses chamaram de «Safim».
Percorrendo a costa atlântica de Marrocos
de «Qualidia» para «Safi», passamos por falésias que parecem não ter lonjura
nem chão. A certo momento, decidi parar para olhar o mar a perder de vista e
ouvir o seu ronronar cadenciado lá muito em baixo.
Meus pensamentos perderam-se
naquela imensidade até ao horizonte e senti um enorme respeito pela geração
portuguesa de quinhentos que deu novos mundos ao mundo.
É difícil entender donde buscaram
a coragem e bravura para rasgar os mares com umas frágeis barcaças a que
chamaram de caravelas, lançando-se numa aventura com mais perigos dos que
correm os actuais descobridores do espaço.
Estes
pensamentos acompanharam-me em quase todo o percurso costeiro desde «Qualidia»
até «Souiria Qdima», numa estrada estreita, de quando em vez colada ao mar e,
quase sempre, por cima de falésias que, pela profundidade, criavam uma espécie
de vertigens quando a vista se alongava até ao horizonte.
A
cidade portuária de Safi deslumbrou-nos pela sua grandeza, modernidade e
memória de um passado onde os portugueses são também figurantes.
A Medina é
toda envolta em muralhas de considerável envergadura.
Seguiu-se
a localidade de «Souiria Kdima», onde pernoitamos. Valeu-nos o magnífico
pôr-do-sol de enorme beleza, que nos visitou pelo entardecer, numa terra sem
especiais atracões turísticas, para além de uma longa praia de areia fina.
Ao
cair da noite, fomos brindados com a visão dos primeiros camelos neste país de fauna
exótica.
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