terça-feira, 29 de outubro de 2013

Beni Mellal – simpática recepção!





Estamos no sopé do Médio Atlas, na orla da grande planície de Tadla, de forte pendor agrícola. São famosas as laranjas de Beni Mellal e os olivais estendem-se a perder de vista.
Beni Mellal dista cerca de 200 quilómetros de Marraquexe e, para cá chegar, percorre-se a estada nacional nº 8 por entre montes e vales, terras férteis e autênticos desertos com chão de pedra onde nada cresce.

O percurso é agradável à vista. De quando em vez lá se vê, na encosta dos montes do Médio Atlas, aldeias isoladas com casas da cor do chão (castanhas).
Beni Mellal é uma cidade moderna e em franco crescimento. Apesar de não oferecer qualquer atracão especial, é um bom local de paragem.
Por aqui a água abunda e, nos arredores da cidade, existem quedas de água, nascentes e grutas de interesse turístico.
Visitamos o souk (mercado) e não ficamos surpreendidos. 
Os souk’s de Marrocos são quase todos iguais: parece que todos os marroquinos se dedicam a vender qualquer coisa para subsistir. 
Mas a higiene nestes mercados deixa quase tudo a desejar. Em geral, os souk’s são lugares imundos.
Mesmo nas barracas de venda de alimentos, estes convivem com imensos insectos que se passeiam à vontade em bancas com sujidade de meses. 
Vimos vendedores de grão-de-bico cozido, ou de peixe frito há tempo demais, ou de favas cozidas, tudo ao sol, ao pó e ao apetite voraz de moscas e abelhas, perante a indiferença de compradores e vendedores.
Há uma parte de marroquinos a viver uma pobreza extrema, apesar do desenvolvimento notável por que o país está a passar.

Há momentos, falávamos com dois jovens de Mellal, de cerca de 20 anos, sobre o desenvolvimento da cidade e da pobreza visível em alguns locais e muitas pessoas. 
Foi uma conversa animada que terminou com eles a falar, com visível entusiasmo, de Ronaldo, Figo, Coentrão e Mourinho. 
É impressionante como estes craques do futebol acabam por ser uns extraordinários embaixadores de Portugal, o que muito ajuda à simpatia que recebemos dos locais.
Após cerca de uma hora, abordaram-nos, de novo, desta feita oferecendo-nos dois postais turísticos da sua cidade, apondo em cada um o seu nome e telefone.
Ficamos agradecidos e comovidos com tamanha simpatia. 
E, tal como os nossos craques de futebol, também estes dois jovens, com o seu gesto, acabaram por ser uns arautos da simpatia de todo o povo de Marrocos.

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