Estamos no sopé do Médio
Atlas, na orla da grande planície de Tadla, de forte pendor agrícola. São
famosas as laranjas de Beni Mellal e os olivais estendem-se a perder de vista.
Beni Mellal dista cerca de
200 quilómetros de Marraquexe e, para cá chegar, percorre-se a estada nacional
nº 8 por entre montes e vales, terras férteis e autênticos desertos com chão de pedra onde nada cresce.
O percurso é agradável à vista.
De quando em vez lá se vê, na encosta dos montes do Médio Atlas, aldeias
isoladas com casas da cor do chão (castanhas).
Beni Mellal é uma cidade
moderna e em franco crescimento. Apesar de não oferecer qualquer atracão
especial, é um bom local de paragem.
Por aqui a água abunda e,
nos arredores da cidade, existem quedas de água, nascentes e grutas de
interesse turístico.
Visitamos o souk (mercado)
e não ficamos surpreendidos.
Os souk’s de Marrocos são quase todos iguais:
parece que todos os marroquinos se dedicam a vender qualquer coisa para
subsistir.
Mas a higiene nestes mercados deixa quase tudo a desejar. Em geral, os souk’s são lugares
imundos.
Mesmo nas barracas de venda de alimentos, estes convivem com imensos
insectos que se passeiam à vontade em bancas com sujidade de meses.
Vimos
vendedores de grão-de-bico cozido, ou de peixe frito há tempo demais, ou de
favas cozidas, tudo ao sol, ao pó e ao apetite voraz de moscas e abelhas, perante
a indiferença de compradores e vendedores.
Há uma parte de
marroquinos a viver uma pobreza extrema, apesar do desenvolvimento notável por
que o país está a passar.
Há momentos, falávamos com
dois jovens de Mellal, de cerca de 20 anos, sobre o desenvolvimento da cidade e
da pobreza visível em alguns locais e muitas pessoas.
Foi uma conversa animada
que terminou com eles a falar, com visível entusiasmo, de Ronaldo, Figo, Coentrão e
Mourinho.
É impressionante como estes craques do futebol acabam por ser uns
extraordinários embaixadores de Portugal, o que muito ajuda à simpatia que
recebemos dos locais.
Após cerca de uma hora,
abordaram-nos, de novo, desta feita oferecendo-nos dois postais turísticos da
sua cidade, apondo em cada um o seu nome e telefone.
Ficamos agradecidos e
comovidos com tamanha simpatia.
E, tal como os nossos craques de futebol,
também estes dois jovens, com o seu gesto, acabaram por ser uns arautos da
simpatia de todo o povo de Marrocos.
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