Chegamos à cidade de Azrou
(significa «rocha» em berbere) que assenta numa bacia geológica e está rodeada
de uma cintura de cedros e azinheiras.
Os seus habitantes têm origem numa
famosa tribo nómada berbere do Saara que gradualmente se adaptou à região e se
sedentarizou.
O percurso é todo feito em
estrada de montanha onde, de longe a longe, se almeja uma qualquer aldeia
encravada no isolamento dos montes, desertos a perder de vista, rebanhos de
cabras ou ovelhas na busca de algo para rapar, pessoas montadas em burros
cabisbaixos, olivais e laranjais postados em férteis vales e montes, montes e
montes.
Junto de Azrou, admiramos o
Parque Nacional D’Ifrane, onde o cedro é rei da natureza. Trata-se de uma
espécie endémica localizada no norte de África numa altitude entre 1600 e 2000
metros.
As jovens árvores crescem em forma piramidal até chegar à idade adulta
em que crescem com grandes braços na horizontal e em forma tubular.
Ali existem
painéis a recordar que Ito foi uma mulher guerreira de uma tribo berbere que
terá ganho muitas pelejas tribais.
Terá incomodado, também, o país colonizador
em meados do séc. XX.
E terá sido precisamente esse país (a França) a prestar
um honrado testemunho ao seu carácter e valentia, denominando aquele magnífico
miradouro de «Paisagem D’Ito».
Azrou surge à nossa frente
após sinuoso percurso por entre altas montanhas e belas paisagens.
A própria cidade
está encostada à montanha e com largas vistas para o imenso vale, em cuja
agricultura se baseia o seu desenvolvimento.
Foi aqui que pernoitamos
no «Camping Amazigh», pequena quinta familiar muito acolhedora cheia de
possantes cerejeiras.
O dia esteve envolto em
nuvens com intervalos de sol tímido. Pelo entardecer, começou a cair uma chuva compassada e fria que se
manteve ao longo da noite.
É o nosso baptismo de chuva em Marrocos e a primeira
noite a exigir um reforço de roupas quentes. Ou não estivéssemos a cerca de
1500 metros de altitude e próximos do Inverno marroquino que por aqui vem
acompanhado de neve nos pontos mais altos da serra.
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