sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Azrou – uma rocha do Médio Atlas





Chegamos à cidade de Azrou (significa «rocha» em berbere) que assenta numa bacia geológica e está rodeada de uma cintura de cedros e azinheiras. 
Os seus habitantes têm origem numa famosa tribo nómada berbere do Saara que gradualmente se adaptou à região e se sedentarizou. 

 O percurso é todo feito em estrada de montanha onde, de longe a longe, se almeja uma qualquer aldeia encravada no isolamento dos montes, desertos a perder de vista, rebanhos de cabras ou ovelhas na busca de algo para rapar, pessoas montadas em burros cabisbaixos, olivais e laranjais postados em férteis vales e montes, montes e montes.

Junto de Azrou, admiramos o Parque Nacional D’Ifrane, onde o cedro é rei da natureza. Trata-se de uma espécie endémica localizada no norte de África numa altitude entre 1600 e 2000 metros. 
As jovens árvores crescem em forma piramidal até chegar à idade adulta em que crescem com grandes braços na horizontal e em forma tubular. 

Admiramos, ainda, a deslumbrante paisagem D’Ito, miradouro com vales a perder de vista. 
Ali existem painéis a recordar que Ito foi uma mulher guerreira de uma tribo berbere que terá ganho muitas pelejas tribais. 
Terá incomodado, também, o país colonizador em meados do séc. XX. 

 E terá sido precisamente esse país (a França) a prestar um honrado testemunho ao seu carácter e valentia, denominando aquele magnífico miradouro de «Paisagem D’Ito».

Azrou surge à nossa frente após sinuoso percurso por entre altas montanhas e belas paisagens. 
A própria cidade está encostada à montanha e com largas vistas para o imenso vale, em cuja agricultura se baseia o seu desenvolvimento.
Foi aqui que pernoitamos no «Camping Amazigh», pequena quinta familiar muito acolhedora cheia de possantes cerejeiras.

O dia esteve envolto em nuvens com intervalos de sol tímido. Pelo entardecer, começou a cair uma chuva compassada e fria que se manteve ao longo da noite. 
É o nosso baptismo de chuva em Marrocos e a primeira noite a exigir um reforço de roupas quentes. Ou não estivéssemos a cerca de 1500 metros de altitude e próximos do Inverno marroquino que por aqui vem acompanhado de neve nos pontos mais altos da serra. 

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