Há momentos assim: é chegada a hora
Do tempo em que a vida é de melancolia
Feita esperança dos teus beijos quentes!
Esta nostalgia das fragrâncias de outrora
Leva-me com o vento numa viagem tardia
Sempre assombrado por desejos ardentes!
Há momentos assim: rarefeitos de morte
Toldados com manhãs de luz oprimida
Por estradas cruzadas, mas sem direcção!
Por elas caminho sem rumo e sem norte
Correndo veloz pelas esquinas da vida
Na busca do futuro que está mais à mão!
Há momentos assim: em que apetece partir
Carregando maresia numa mochila ausente
Fazendo da aventura meu porto e destino!
Fintando a vida com uma ousadia a fingir
Sinto-me mais solitário no meio da gente
Preferindo os sons dum cais clandestino!
Há momentos assim: em que procuro em vão
Nas palavras que escrevo, em versos perdidos
Refúgio para esta alma inundada de dor!
Sinto-me num abismo que incute atracção
Não vislumbro sintomas melhor definidos
Na inquieta tormenta de que sou portador!
Carlos da Gama
Fotos: Google Imagens
Fotos: Google Imagens
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