quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Murmúrios do mar ...



Esta ternura que sinto pelo mar,
onde me refugio na gestão dos silêncios
seja no Inverno ou em mês de Agosto,
ou quando a melancolia respira ansiedade,
 estimula desejos, pelo seu cheiro e gosto,
feitos de maresia e de ilusória saudade
e não desisto de construir, sem desanimar,
pujantes falésias, como um filho do mar!

(O mar …)
esse mistério, de confins e assombros,
onde meus antepassados construíram sonhos.
Esta imensidão azul, sempre a aumentar,
que nos aproxima, mesmo a separar!

Sempre que o adivinho mais encrespado,
é porque se aliou ao vento tresloucado
mensageiro de irónicos destinos
de várias aventuras e outros desatinos!

Quando um dia, enfim, eu partir
para as estrelas que cintilam no céu
levarei comigo a vontade de vigiar
 esta doce ilusão de pressentir,
em dias claros, ou em noites de breu,
os serenos ecos dos murmúrios do mar

  Carlos da Gama
                  Fotos:         Carlos  da  Gama

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