segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Bucolismo

                                                                                                                                                                                                                                                                                      Foto: Carlos da Gama        



Toda a vida do ser humano é fruto de encontros e desencontros. E, sem qualquer alarido, ela vai-se alterando à medida que o tempo passa e molda-se às épocas e circunstâncias. 
De princípio, é a vontade que comanda a gesta e a atitude. Com a maré-cheia do tempo o corpo vai tomando as rédeas dos dias de forma inexorável.
Levamos uma vida inteira a procurar a felicidade e muitos chegam ao fim com a sensação de que ainda não a encontraram na plenitude. Sem entender que ela é sobretudo uma magia de pequenos momentos que transporta para um estádio de bem-estar aos mais variados níveis. Como confirma a canção, «a vida é feita de pequenos nadas»!
Li, algures, que os dias andam devagar mas os anos passam depressa. Vivemos tão ofuscados pelas modas sociais que nem nos apercebemos que a felicidade encontra-se à esquina da nossa própria existência. Só que, pela vertigem do tempo, nem sempre reparamos nela.
Passei o fim-de-semana natalício em casa de familiares, junto da Foz do Cavado. Local de beleza sem par que desfrutei nos silêncios semeados pelos frescos campos que acompanham as margens do rio. Os verdes que a natureza me ofertava contrastavam na perfeição com outras cores e matizes que o Inverno tem semeado por este Minho de encantos.
As árvores, despidas de folhas, exibem os ramos nus em prece continua para os céus, como que implorando que a hibernação dê lugar a um tempo menos exigente. A paz que se respira por ali facilita a contemplação do rio que serpenteia pelo vale até á foz. Este bucolismo da mãe natureza é o quadro perfeito para o despertar dos sentidos.

   Carlos da Gama

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