quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Para lá da bruma!





    Foto: Carlos da Gama        

 







Esta nostalgia que enche de mansinho
Todo um vazio que explode no peito
Como um grito de vozes em desalinho
Corre pelas margens em que me deito!

Pressinto fantasmas em vez de esperança
Prevejo borrasca nesta vida sem norte
Nos horizontes que a vista já não alcança
Não bastam as asas que me fazem forte!

Ai, esta imensa sina que me trás cativo
Este viver que mais é que de saudade
Vivo a madrugada como poema perdido
Pressinto fortes ventos da iniquidade!

Os anos passaram na angústia sofrida
Os dias se foram entre luz de espuma
Foi longa a espera da maresia sentida
E a fuga dos sonhos para lá da bruma!

Nesta tempestade que inquieta a alma
Importa resistir e chegar a bom porto
Com os afectos que me incutem calma
Com eles crio minha zona de conforto!

  Carlos da Gama

Sem comentários:

Enviar um comentário