Cada indivíduo carrega uma história dentro de si. Uns mais
atreitos a passar a vida numa banalidade de números e letras. Outros, curvados
perante as pedras, as areias e o cimento ao construir os casulos de outros.
Por razões de herança, passei, cerca
de meio ano, num ambiente laboral completamente distinto do que fiz em toda a
minha vida.
Do uso de papel, caneta e computador e das funções de gestão,
tornei-me num ajudante de pedreiro e de trolha.
Peguei em rochas bem pesadas, arrastei areias e cascalho para os locais necessários, transportei baldes de cimento sem conta, ajudei a construir muros de pedra e betão, carreguei sacos de concreto e pacotes de cerâmica diversa, ajudei na medição de ângulos e esquadrias, de pés direitos e metros de muros. Discuti opções de concepção e de design. Geri expectativas sobre as formas e os conteúdos que se criavam e rejubilei com os resultados alcançados dia após dia.
Foi uma experiência de trabalhos forçados, por interesse e vontade próprias, para entender melhor o outro lado da subsistência humana. E valeu a pena, em múltiplos sentidos. Foi, sobretudo, uma fascinante experiência de vida. Impressiona o alento que os obreiros carregam para o estaleiro. É um deslumbre constatar, a cada dia, uma disposição que não deixa penetrar o cansaço.
Não choca o mal-estar
momentâneo pelas falhas imperdoáveis, logo corrigidas, não venha o patrão a
saber.
Sensibilizam as conversas animadas sobre o mulherio da zona ou sobre o
tempo que passa.
Tudo serve para alimentar o dia-a-dia e esquecer as agruras de
uma rotina penosa.
Como escreveu alguém, «a arte de
viver é, simplesmente, a arte de conviver». Qualquer que seja a missão,
qualquer que seja a função!
Mas esse árduo trabalho deu frutos..... um espetáculo. Parabéns pelo esforço.
ResponderEliminarThanks. O teu estimulo foi fundamental para aguentar o dia-a-dia. As tuas palavras - ditas ou escritas - funcionaram como antídoto para o desânimo, acredita. Adoro-te ... adoro-vos! Bjo
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