terça-feira, 9 de agosto de 2011

Ai, este mundo louco!


Nos últimos dias a televisão entra-nos casa dentro com o desassossego das reportagens sobre os campos de refugiados em África. Uma situação nos limites da desumanidade. Inúmeras histórias de barbárie, conflitos internos, ganâncias e lutas pelo poder têm transformado aquele continente num local perigoso para se viver.

Ao longo dos últimos anos, emergiram, no negro continente, pátrias malditas, pela dor e sofrimento que infligiram aos povos residentes: Ruanda, Burundi, Somália, Chade, Quénia, Etiópia, Serra Leoa, Libéria, Sudão, Eritreia, República Democrática do Congo, entre outras.
Ancestrais lutas de tribos, algumas a desaguar em tenebrosos genocídios e horrendas limpezas étnicas, deram origem a gigantescos campos de refugiados, onde falta quase tudo.

Ultimamente, tem sido notícia o acampamento de Dadaab, no Quênia, que foi construido há 20 anos para abrigar 90 mil pessoas vindas da guerra civil da Somália, e que, na actualidade, abriga mais de 350 mil somalis. De acordo com uma previsão do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, até o final deste ano, Dadaab será a residência de 450 mil pessoas.
Construídos como refúgio de vida, esses acampamentos rapidamente se transformam em campos de concentração de máfias e de caos social, onde a perspectiva de melhores dias vai minguando com o tempo. Como pode ser pacífica e humanizada a administração de tantos milhares de pessoas em situação de pobreza extrema e sem perspectivas de futuro?

A história da humanidade está grávida de conflitos que resultaram em genocídios e matanças entre os povos. No século que vivemos, quantas guerras e quanto ódio foi semeado com consequências catastróficas para o homem?
Tudo isto, porque o individualismo constitui a coluna vertebral da humanidade. Infelizmente, onde existe o ser humano, sempre foi assim e sempre assim será. Apesar de alguns intervalos, mais ou menos generosos, o «salve-se quem puder!» tem imperado nas relações humanas.

O homem sempre foi e continua a ser o pior inimigo do homem. Por isso é que, quando dialogo com os afectos de proximidade, advirto-os para que confiem …sempre desconfiando!
Vivemos num tempo de egocentrismo sem precedentes. Em que as prioridades estão completamente invertidas.
Repare-se, por exemplo, nos milhões gastos, recentemente, na construção de inúteis estádios de futebol de luxo na África Austral, quando todo um continente sofre com a fome. E, sobretudo, na injusta repartição da riqueza ao dispor da humanidade.
Ai, este mundo louco!

                  Fotos: Google Imagens      

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