quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Oxalá!








Por vezes, dou comigo a pensar sobre os caminhos que a vida de cada um percorre.
É de há muito este vício de olhar o rosto de quem passa para perscrutar a turbulência das águas em que navegam. 
Para procurar perceber as angústias e frustrações ou os sonhos e ilusões de que se faz a existência humana.
Porque cada ser humano tem a sua própria idiossincrasia e convive com o seu passado mais ou menos … futuro! Mas, como assim?
Foi Platão, filósofo da antiguidade clássica, que professou que «buscar e aprender, na realidade, não são mais do que recordar …». Esta tese defende que quando nascemos trazemos o conhecimento adquirido em vidas passadas. Platão acreditava que a alma, após a morte, reencarnava em outro corpo.
E por que não aceitar esta tese?
Sou dos que acreditam que, desde o nascimento, teimosamente caminhamos em busca da felicidade. Só dessa forma a vida ganha sentido. Embora o conceito de felicidade não seja igual para cada cidadão. No entanto, sempre nos extinguimos sem a alcançar.
Será por isso que regressamos à «vida» para procurar cumprir o sonho: o de atingir a felicidade plena. Mas, como ela é inalcançável, a vida torna-se numa rotina de existências terrenas, apesar de cada vez mais próximas do objectivo. 

Só assim se compreendem as injustiças que a natureza parece querer ser protagonista. É que sempre me impressionou a injustiça que existe em nascer-se numa família pobre ou numa família rica. Que culpa carregam os que têm o azar de nascer num meio social, económico e politico de má sorte, enquanto outros são beneficiados pela abundância?
Sempre me impressionou o facto de alguns serem dispensados ou rejeitados pela fealdade que exibem, enquanto que a beleza de outros cativa a bonomia e simpatia de todos. Que culpa têm as crianças que nascem em contextos de penúria extrema e com doenças malditas que os castigam desde a nascença, enquanto que outras fruem de uma natureza pródiga em qualidade de vida?
Mais do que as teses religiosas, sobre os desígnios de Deus, acredito no princípio da conservação da massa defendido pelo Químico francês, Antoine Lavoisier, de que «na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma». Que vai no encalço do que defende Platão: de que a vida não acaba na morte provocada por qualquer doença, acontecimento ou velhice. ou seja, «Tudo quanto vive provém daquilo que morreu».
Oxalá!
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                  Fotos: Google Imagens     

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