segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Esperança

Gostei do último fim-de-semana. Foi agradável o convívio em Esposende, num dia com um típico clima equatorial. 
As conversas entre os convivas, alguns matando saudades de uma década de ausência física, fez com que o tempo passasse a correr. Sentia-se no ar uma alegria breve, feita de afectos e saudade. As luzes nocturnas da piscina, e toda a envolvência daquele lugar de sonho, emprestaram um ambiente de bem-estar e magia ao entardecer.
 
Uma vez mais se constata que, quando estamos predispostos, as emoções de proximidade ganham a importância merecida. 
E entrelaçam-se num convívio de palavras, memórias e afectos que ajudam a camuflar as incertezas do futuro.
Após um ano de rotinas e canseiras, o abraço de solidária familiaridade aproxima as pessoas e cria um clima cativo de emoções e de valorização do conceito de família. O resultado deste fim-de-semana traduz-se, precisamente, nisso: na constatação de que a família ganha importância quando os afectos se libertam de quaisquer preconceitos e mal-entendidos. E surge-nos como um dos refúgios mais sedutores nesta vivência colectiva feita de ausências e de inúteis querelas e canseiras.
A semana começa com uma chuva de verão. Um cenário equatorial, de chuva sacudida por ruidosas trovoadas, arrefece o calor dos últimos dias. Aos poucos, as pessoas iniciam o regresso das férias, com o terminar de um curto período de tempo em que são esquecidos os problemas da vida.
Daí que a aproximação do final deste período de descanso deixe, à alma de muitos, um leve sabor amargo de solitária inquietação, em face das incertezas dos tempos que se anunciam.
Mas, quase sempre, são estes os momentos em que se devem aproveitar os ventos favoráveis que surgem na vida de cada um. Na mesma onda a que referia Platão: "O que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê".
Mais do que deixar que a sorte siga o seu caminho, há que enfrentar o regresso com aquele sentimento de que, por mais inquietantes que sejam os cenários, teremos sempre que alimentar a esperança em melhores dias. E, como reza o ditado, a esperança é o último sentimento a morrer!

                  Fotos: Google Imagens     

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