De quando em vez, a nostalgia
Do bulício em que me deito,
Finge ser a mais vadia
Deste tempo rarefeito
Que há muito não tem jeito !
Sempre tenho maior saudade
Quando olho o firmamento
Ou perscruto ao fim da tarde
Qual a razão que faz o vento
Soprar um fogo que arde !
Os beirais de telhas mortas
Onde jazem as memórias
Dos rigores do nosso Inverno
Lembram também as histórias
De um tempo mais fraterno !
Vagueio por essas sombras,
Vagueio por essas sombras,
Dia e noite em contraponto
Mas bebo a vida num trago
Na emoção de um encontro
Ou num olhar deslumbrado !
Carlos da Gama
Foto: Google Imagens
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